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Com folha biônica, estudo utiliza a fotossíntese sintética para produzir combustível líquido

02/08/2016 16h51 | Atualizado em: 02/08/2016 16h57

Uma das principais funções das folhas é realizar a fotossíntese, que necessita somente de água, luz e ar. Entretanto, essa reação não é tão simples quanto parece... Complexas moléculas e reações químicas estão envolvidas e o homem vem tentando há algum tempo copiar esse processo natural.

Em 2011, Jackson Megiatto, pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em parceria com cientistas da Universidade do Estado do Arizona (ASU), nos Estados Unidos, conseguiu sintetizar a fotossíntese por meio de catalisadores e moléculas fotoativas (saiba mais aqui). O resultado obtido foi a capacidade de quebrar moléculas de água e armazenar hidrogênio, que pode ser convertido em energia.

Até então os estudos tendiam apenas para as tentativas mais eficientes de quebra de moléculas de água e produção de hidrogênio. Entretanto, um novo estudo da Universidade de Harvard usou o hidrogênio e o dióxido de carbono para alimentar bactérias específicas, fazendo conversão dos produtos em isopropanol, isobutanol e isopentanol. Ou seja, a fotossíntese sintética é capaz de gerar combustíveis líquidos.

Os pesquisadores criaram uma folha artificial mais eficiente, em termos energéticos, que a versão natural, a bionic leaf 2.0. A mudança de material do catalisador para cobalto-fósforo é totalmente compatível, e fez com que o sistema aumentasse sua eficiência para 10% (plantas alcançam uma eficiência de apenas 1%).

A descoberta ainda possui outras utilidades. Por meio da biologia sintética, é possível mudar o DNA da bactéria para converter o hidrogênio em outros produtos a base de carbono, como bioplástico.

A bionic leaf 2.0 converte toda a energia em combustível. Os pesquisadores afirmam que essa inovadora tecnologia já é eficiente o bastante para uma possível aplicação comercial. Podemos estar diante de um grande passo para o setor energético e para a redução de gás carbônico no mundo.

Veja o vídeo com a explicação de um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo.

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